Dolce far Niente

Published on 15 January 2025 at 11:26

 

Há uns anos atrás, um teste de ADN revelou que tenho ascendência Italiana! Uma boa percentagem, na verdade... ahhh, estou mesmo a ver a cara do meu marido a revirar os olhos e a gozar comigo de cada vez que menciono as percentagens para cada nacionalidade 😅 🤷🏻‍♀️

 

Ora bem, este resultado não me surpreendeu muito, dada a proximidade e semelhanças com a minha terra natal, Portugal. No entanto, isto explica as emoções que sinto em relação a todas as culturas que surgiram no teste.

 

Se de facto tenho algures dentro de mim uma ligação ancestral a estes lugares, isso explica certamente o meu amor pelos ritmos Espanhóis e pela ópera Italiana, entre outros.

 

Em Itália, há um ditado que adoro e com o qual me identifico... Dolce far niente 💙

 

A doçura de não fazer nada!

 

A sua essência é fazer pausas e apreciar a quietude. Tal como uma bela pintura ou escultura, esta é também uma arte... encontrar contentamento e realização na tranquilidade.

 

Poderia ser facilmente utilizado para descrever o Inverno, a estação para fazer pausas e refletir... para apreciar o gelo na natureza, a sensação acolhedora de uma lareira e a suavidade de um gorro e luvas quentinhos.

 

É tempo de ser e não de fazer.

 

E eu sinto mesmo isso! Parece que me corre nas veias.

 

Tenho feito pausas para contemplar a natureza e permitido entreter-me com os pássaros e os esquilos, tanto que posso facilmente perder-me no tempo. Isto tem certamente um sabor doce de néctar para a minha alma!

 

O oposto disto, contudo, é o mundo que me rodeia neste momento... a correria de Janeiro e toda a gente a falar/publicar sobre as resoluções de ano novo... o que fazer... como fazer... o que comprar para ter sucesso e cumprir os objetivos... só de enumerar tudo isto já me cansa 🥱 esta energia de frequência baixa esgota mesmo as minhas baterias 😳

 

O problema das resoluções é que são geralmente irrealistas... uma ideia romântica do que é necessário fazer para alcançar a perfeição! E normalmente começa num lugar de culpa e insatisfação e termina em desilusão 🤷🏻‍♀️

 

Será então coincidência que haja tantas pessoas por aí a sentirem-se infelizes, frustradas e desanimadas depois de todas as festividades?

 

Pergunto-me por que somos nós criaturas de extremos?

 

'Tudo ou nada'; 'Sem dor, sem ganho'

Estará esta abordagem a servir-nos realmente de uma forma positiva? E se 'menos é mais'; 'trabalhar de forma inteligente, não difícil" foi mais útil?

 

Não estou de forma alguma a sugerir que não se deva ter visões ou objetivos na vida, oh não!!! É mesmo isso que me mantém no caminho da vida... 

Mas no meu caso, tento manter as coisas leves e flexíveis, sem ter um controlo rígido sobre o resultado e adaptando-os sempre que for necessário.

 

Simplesmente sinto que qualquer 'viagem' que criamos para nós próprios precisa de vir de um lugar de amor e autocuidado, e não de punição ou culpa.

 

Precisamos de nos fazer perguntas como:

 

Exageros durante o período festivo (ou em qualquer outra altura do ano) fazem-me sentir bem? Podem ser comida, bebida, compras, qualquer coisa, na verdade!

 

Se não, porque o faço?

 

Estarei eu a tentar preencher um vazio no meu coração?

 

Será que consigo encontrar o meu Caminho do Meio e mais equilíbrio?

 

Que ajuda e recursos preciso para desenhar o mapa da minha própria vida?

 

Estará na altura de aprender a fazer pausas e a criar os nossos doces momentos pessoais de Dolce far niente?

(Quem quer desfrutar de uma chávena de chá e uma fatia de panetone de chocolate 🤭)

 

Quando se encontrarem numa encruzilhada, a olhar para as placas de sinalização, qual será o caminho que escolherão?

Pessoalmente, nesta altura do ano, seguirei o caminho mais lento que leva ao convite da natureza para me focar no autocuidado e na renovação... queres me acompanhar?

 

Sara 💙

 

'É apenas quando não há objectivo nem pressa que os sentidos humanos estão totalmente abertos para receber o mundo'

Alan Watts

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