
Há uns anos atrás, um teste de ADN revelou que tenho ascendência Italiana! Uma boa percentagem, na verdade... ahhh, estou mesmo a ver a cara do meu marido a revirar os olhos e a gozar comigo de cada vez que menciono as percentagens para cada nacionalidade 😅 🤷🏻♀️
Ora bem, este resultado não me surpreendeu muito, dada a proximidade e semelhanças com a minha terra natal, Portugal. No entanto, isto explica as emoções que sinto em relação a todas as culturas que surgiram no teste.
Se de facto tenho algures dentro de mim uma ligação ancestral a estes lugares, isso explica certamente o meu amor pelos ritmos Espanhóis e pela ópera Italiana, entre outros.
Em Itália, há um ditado que adoro e com o qual me identifico... Dolce far niente 💙
A doçura de não fazer nada!
A sua essência é fazer pausas e apreciar a quietude. Tal como uma bela pintura ou escultura, esta é também uma arte... encontrar contentamento e realização na tranquilidade.
Poderia ser facilmente utilizado para descrever o Inverno, a estação para fazer pausas e refletir... para apreciar o gelo na natureza, a sensação acolhedora de uma lareira e a suavidade de um gorro e luvas quentinhos.
É tempo de ser e não de fazer.
E eu sinto mesmo isso! Parece que me corre nas veias.
Tenho feito pausas para contemplar a natureza e permitido entreter-me com os pássaros e os esquilos, tanto que posso facilmente perder-me no tempo. Isto tem certamente um sabor doce de néctar para a minha alma!
O oposto disto, contudo, é o mundo que me rodeia neste momento... a correria de Janeiro e toda a gente a falar/publicar sobre as resoluções de ano novo... o que fazer... como fazer... o que comprar para ter sucesso e cumprir os objetivos... só de enumerar tudo isto já me cansa 🥱 esta energia de frequência baixa esgota mesmo as minhas baterias 😳
O problema das resoluções é que são geralmente irrealistas... uma ideia romântica do que é necessário fazer para alcançar a perfeição! E normalmente começa num lugar de culpa e insatisfação e termina em desilusão 🤷🏻♀️
Será então coincidência que haja tantas pessoas por aí a sentirem-se infelizes, frustradas e desanimadas depois de todas as festividades?
Pergunto-me por que somos nós criaturas de extremos?
'Tudo ou nada'; 'Sem dor, sem ganho'
Estará esta abordagem a servir-nos realmente de uma forma positiva? E se 'menos é mais'; 'trabalhar de forma inteligente, não difícil" foi mais útil?
Não estou de forma alguma a sugerir que não se deva ter visões ou objetivos na vida, oh não!!! É mesmo isso que me mantém no caminho da vida...
Mas no meu caso, tento manter as coisas leves e flexíveis, sem ter um controlo rígido sobre o resultado e adaptando-os sempre que for necessário.
Simplesmente sinto que qualquer 'viagem' que criamos para nós próprios precisa de vir de um lugar de amor e autocuidado, e não de punição ou culpa.
Precisamos de nos fazer perguntas como:
Exageros durante o período festivo (ou em qualquer outra altura do ano) fazem-me sentir bem? Podem ser comida, bebida, compras, qualquer coisa, na verdade!
Se não, porque o faço?
Estarei eu a tentar preencher um vazio no meu coração?
Será que consigo encontrar o meu Caminho do Meio e mais equilíbrio?
Que ajuda e recursos preciso para desenhar o mapa da minha própria vida?
Estará na altura de aprender a fazer pausas e a criar os nossos doces momentos pessoais de Dolce far niente?
(Quem quer desfrutar de uma chávena de chá e uma fatia de panetone de chocolate 🤭)
Quando se encontrarem numa encruzilhada, a olhar para as placas de sinalização, qual será o caminho que escolherão?
Pessoalmente, nesta altura do ano, seguirei o caminho mais lento que leva ao convite da natureza para me focar no autocuidado e na renovação... queres me acompanhar?
Sara 💙
'É apenas quando não há objectivo nem pressa que os sentidos humanos estão totalmente abertos para receber o mundo'
Alan Watts
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